segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Rasga Coração"- Ainda é Tempo!

A reação do público ao concerto que fizemos ontem, dia 28 de outubro, evidenciou uma citação de Villa-Lobos
( 1887-1959)  já mencionada por mim numa outra postagem:  "A massa é horizontal...o intelectual...vertical...e o Povo...diagonal". Acrescento...e a nossa mídia/formadores de opinião ...virtual...frágil e submissa .
Não identifico outro caminho que não o da proximidade e cumplicidade  com o público para compartilhar o que fazemos.
É esse o caminho!
Rasgar o coração...a timidez...as barreiras que o ofício de músico encontra dentro do espectro das profissões...enfim...soltar as amarras e criar espaços de convivência mais fraternos.
Minha gratidão  a todos que estiveram conosco!
ESPALHEM...
É bem provável que em DEZEMBRO vocês nos vejam/escutem novamente.
Compartilho um vídeo especialíssimo realizado em 2009, com o orquestra e coro da BBC apresentando os Choros 10, "Rasga Coração", de H. Villa-Lobos.
Percebam que os cantores respeitosamente vocalizam, isto é omitem o texto em português...e ficou excelente.
Salta aos olhos a postura alegre, expansiva dos músicos , cantores e público, e o reconhecimento à  obra de Villa-Lobos .
A regência é de David Robertson.

http://www.youtube.com/watch?v=7Z0OoCV2b1s&feature=related


2 comentários:

  1. Bravo! Muito boa indicação da Zélia/Quarteto Áhga. Villa Lobos tinha, como ele mesmo dizia, o Brasil no coração e isso fica claro na sua maravilhosa obra, além de mostrar o Brasil no que ele tem de mais belo!
    De fato, o vocalize do coral britânico ficou muito bom, mas a seguir a letra que dá título a esta obra magistral do Maestro Villa:

    Se tu queres ver a imensidão do céu e mar
    Refletindo a prismatização da luz solar
    Rasga o coração, vem te debruçar
    Sobre a vastidão do meu penar

    Rasga-o, que hás de ver
    Lá dentro a dor a soluçar
    Sob o peso de uma cruz
    De lágrimas chorar
    Anjos a cantar preces divinais
    Deus a ritmar seus pobres ais

    Sorve todo o olor que anda a recender
    Pelas espinhosas florações do meu sofrer
    Vê se podes ler nas suas pulsações
    As brancas ilusões e o que ele diz no seu gemer
    E que não pode a ti dizer nas palpitações
    Ouve-o brandamente, docemente a palpitar
    Casto e purpural num treno vesperal
    Mais puro que uma cândida vestal

    Hás de ouvir um hino
    Só de flores a cantar
    Sobre um mar de pétalas
    De dores ondular
    Doido a te chamar, anjo tutelar
    Na ânsia de te ver ou de morrer

    Anjo do perdão! Flor vem me abrir
    Este coração na primavera desta dor
    Ao reflorir mago sorrir nos rubros lábios teus
    Verás minha paixão sorrindo a Deus

    Palma lá do Empíreo
    Que alentou Jesus na cruz
    Lírio do martírio
    Coração, hóstia de luz
    Ai crepuscular, túmulo estelar
    Rubra via-sacra do penar

    ResponderExcluir
  2. Ei!!! Que legal, Rafael! Muito obrigada pelo texto do poema e por suas palavras e carinho! Abraço!

    ResponderExcluir