A reação do público ao concerto que fizemos ontem, dia 28 de outubro, evidenciou uma citação de Villa-Lobos
( 1887-1959) já mencionada por mim numa outra postagem: "A massa é horizontal...o intelectual...vertical...e o Povo...diagonal". Acrescento...e a nossa mídia/formadores de opinião ...virtual...frágil e submissa .
Não identifico outro caminho que não o da proximidade e cumplicidade com o público para compartilhar o que fazemos.
É esse o caminho!
Rasgar o coração...a timidez...as barreiras que o ofício de músico encontra dentro do espectro das profissões...enfim...soltar as amarras e criar espaços de convivência mais fraternos.
Minha gratidão a todos que estiveram conosco!
ESPALHEM...
É bem provável que em DEZEMBRO vocês nos vejam/escutem novamente.
Compartilho um vídeo especialíssimo realizado em 2009, com o orquestra e coro da BBC apresentando os Choros 10, "Rasga Coração", de H. Villa-Lobos.
Percebam que os cantores respeitosamente vocalizam, isto é omitem o texto em português...e ficou excelente.
Salta aos olhos a postura alegre, expansiva dos músicos , cantores e público, e o reconhecimento à obra de Villa-Lobos .
A regência é de David Robertson.
http://www.youtube.com/watch?v=7Z0OoCV2b1s&feature=related
Bravo! Muito boa indicação da Zélia/Quarteto Áhga. Villa Lobos tinha, como ele mesmo dizia, o Brasil no coração e isso fica claro na sua maravilhosa obra, além de mostrar o Brasil no que ele tem de mais belo!
ResponderExcluirDe fato, o vocalize do coral britânico ficou muito bom, mas a seguir a letra que dá título a esta obra magistral do Maestro Villa:
Se tu queres ver a imensidão do céu e mar
Refletindo a prismatização da luz solar
Rasga o coração, vem te debruçar
Sobre a vastidão do meu penar
Rasga-o, que hás de ver
Lá dentro a dor a soluçar
Sob o peso de uma cruz
De lágrimas chorar
Anjos a cantar preces divinais
Deus a ritmar seus pobres ais
Sorve todo o olor que anda a recender
Pelas espinhosas florações do meu sofrer
Vê se podes ler nas suas pulsações
As brancas ilusões e o que ele diz no seu gemer
E que não pode a ti dizer nas palpitações
Ouve-o brandamente, docemente a palpitar
Casto e purpural num treno vesperal
Mais puro que uma cândida vestal
Hás de ouvir um hino
Só de flores a cantar
Sobre um mar de pétalas
De dores ondular
Doido a te chamar, anjo tutelar
Na ânsia de te ver ou de morrer
Anjo do perdão! Flor vem me abrir
Este coração na primavera desta dor
Ao reflorir mago sorrir nos rubros lábios teus
Verás minha paixão sorrindo a Deus
Palma lá do Empíreo
Que alentou Jesus na cruz
Lírio do martírio
Coração, hóstia de luz
Ai crepuscular, túmulo estelar
Rubra via-sacra do penar
Ei!!! Que legal, Rafael! Muito obrigada pelo texto do poema e por suas palavras e carinho! Abraço!
ResponderExcluir